Anna Paola Braga Steinhauser

ENTREVISTA COM ANNA PAOLA BRAGA STEINHAUSER

EX-ALUNA E MÃE DO ALUNO PEDRO STEINHAUSER DE PAULA RIBEIRO

 

Trajetória no Andrews

Entrei no Andrews no 2º ano primário – minha primeira professora foi a tia Terezinha – e fui até o 3º ano científico. Durante todo o período, minha mãe deu aula no colégio. Ela saiu quando entrei na faculdade.

 

Contato com ex-colegas

São muitos colegas. No ano que meu pai morreu, eu repeti a 7ª série. Foi um ano muito difícil para mim, porque ele vinha doente há muito tempo. Foi uma situação difícil, mas acabei fazendo duas turmas. Então tenho grupos no WhatsApp das duas turmas, nos falamos semanalmente e nos vemos uma vez por mês. É um laço muito extenso. Espero que meus filhos tenham isso também.

 

Por que matriculou os filhos no Andrews

Por causa do meu amor pelo colégio. Sou psicanalista, por isso o lado emocional conta muito para mim. É uma escola que nos acolheu. Fico muito emocionada todas as vezes que entro lá. Respiro o ar, seu Luiz nos recebe, conheço as pessoas. Foi o Andrews que me formou.

Outro aspecto é ser uma escola laica.

Na minha época, o Andrews sempre tinha fama de ser um colégio forte e, ao mesmo tempo, ter uma certa liberdade. Eu gostaria que meus filhos estudassem em um colégio com ensino forte, porque disso eu faço questão. Por outro lado, acho importante ter maleabilidade. O Andrews mescla a qualidade de ensino dos colégios católicos com a abertura das escolas menos tradicionais.  

 

Importância do Andrews na sua vida

Tenho laços com o colégio desde os 9 anos de idade. Conheci meu marido, Renato, lá. Fomos da mesma sala na 8ª série, antes de ele ir para o Mato Grosso do Sul. Fomos muito amigos na época, mas não éramos namorados. Depois de muitos anos nos reencontramos.

Também contribuiu o fato de minha avó ter posto os três filhos lá. E foi importante o lado humano do colégio. Meu pai estava com um problema grave de saúde. Nós morávamos em uma cobertura no Alto Leblon, papai tinha uma boa situação, e de repente, por causa do estado de saúde dele, mamãe, que dava aula, passou a ser responsável por criar sozinha os dois filhos pequenos. Em um determinado momento a Marisa, que trabalhava no colégio naquela época, falou: “Ana Maria traz suas crianças para o Andrews. Este é o seu lugar, você estudou aqui, a Elizabeth estudou aqui”. Eles tiveram uma escuta humana, que foi muito importante, dada a situação que estávamos passando. Foi um acolhimento fundamental.

 

Andrews pensa diferente / faz diferença

Essa é uma pergunta muito difícil. As pessoas que me conhecem acham que eu penso diferente. Por exemplo, tenho uma posição política diferente da maior parte da minha família e de grande parte dos meus amigos. Em tão, mesmo estando em um núcleo familiar da Zona Sul, que pensa de uma determinada maneira, de alguma forma os dados que o Andrews me deu produziram abertura reflexiva para eu fazer a minha escolha. O Andrews produz e sustenta um campo onde a heterogeneidade é possível e a diferença é comportada.

 

O que fez o colégio chegar aos 100 anos

Acho que o segredo é a competência e uma dedicação total ao processo. A família Flexa Ribeiro tem engajamento, compromisso, muita fibra, uma determinação enorme e amor pelo que fazem.

Quando matriculei meus filhos no colégio, fui muito atenta ao discurso sobre o que é o Andrews hoje, na posição de mãe. Visitei também colégios religiosos e bilíngues. No Andrews, tanto as coordenadoras quanto o Pedro Flexa se apropriaram do discurso, havia consistência no que se dizia. Falei com meu marido, Renato: “há um cabedal de inteligência para lidar com o projeto”. Eles propuseram, como todos os anos, uma literatura sobre o tema. Por motivos profissionais, eu leio muito. Estou em uma escola de psicanálise antiga e muito atuante. Os textos indicados lançavam questões atuais, eram muito instigantes. Foi aí que eu defini.

Não tenho dúvida que essa consistência e a escuta contribuem para a longevidade do colégio. Ninguém mantém esse nível de qualidade se não estiver comprometido em escutar o mundo.

 

Lembranças e fatos marcantes

Tive uma professora de Português na 8ª série que foi marcante, a Maria Emília. O Renato também se lembra dela. Não lembro de uma história específica, mas do seu compromisso, da maneira como ela transmitia a matéria dificílima de Português, com rigor, nos fazia ter um caderno super organizado, e ao mesmo tempo era uma fofura, gorduchinha, pequenininha, branquinha. Ela tinha aquele rigor, mas era de um encantamento, tinha um brilho nos olhos. Quem é da minha época vai lembrar da Maria Emília. Eu acho que é no laço com o aluno que o professor engancha a transferência. É um laço que faz desejar produzir.


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