Gustavo Silbert

Projeto Andrews 90 anos

Entrevista com Gustavo Silbert

Rio de Janeiro, 25 de abril de 2007

Entrevistadora Regina Hippolito

 

 

Quando você nasceu? Onde passou sua infância?

 

GS: Nasci em 19 de setembro de 1963. Passei minha infância no Rio de Janeiro.

 

Como foram seus primeiros estudos?

 

GS: Meus primeiros estudos foram no colégio Nossa Senhora das Vitórias, na rua Dona Mariana. Estudei lá até a segunda série do primeiro grau. Na terceira série fui para o Andrews.

 

Por que você foi para o Andrews?

 

GS: Meu irmão tinha acabado a quarta série e teria que ir para a Admissão. O Colégio Nossa Senhora das Vitórias, nessa época, era um preparatório para o Santo Inácio. Meus pais achavam o Santo Inácio um colégio muito conservador. Veio então a opção do Andrews e nós fomos para lá.

 

Como foi sua primeira impressão do Colégio Andrews?

 

GS: A minha entrada no colégio foi algo assustador, porque eu saí de um colégio pequeno para um muito grande.

 

Você foi estudar na Praia de Botafogo ou na Visconde de Silva?

 

GS: Na minha época o Primário era na Visconde de Silva.

 

Como foi sua mudança da Visconde Silva para a Praia de Botafogo, foi um choque muito grande?

 

GS: Na verdade, era um motivo de orgulho, era um ritual de passagem. A Praia de Botafogo tinha mais tradição, era onde as turmas se reuniam. Nós tínhamos um desejo de passar para a Praia de Botafogo.

 

Quais foram os professores que mais se destacaram para você?

 

GS: Dos mais antigos fica um pouco mais complicado lembrar, mas os do Científico, hoje segundo grau, é mais fácil. O primeiro ano Científico foi muito marcante até pelo aumento do número de cadeiras, e pela quantidade de professores. O Arnaldo, de Matemática, que chamava todo mundo de artista; o Hebert, de Física, que já era um veterano, tinha uns 70 anos na época, chegava de moto no colégio; a Penha, de Química, pulando da mesa para mostrar como o elétron funcionava; a Evelyn, de Inglês; o Loureiro, de História; o Marcão, de Geografia.

 

Você acha que o colégio influenciou a sua escolha de profissão?

 

GS: Sem dúvida. Eu comecei o Científico na área de saúde. Eram três áreas: Humanas, Tecnológicas e Saúde. Na minha cabeça, eu seria médico. Durante o Científico, eu, que já gostava muito de Matemática, comecei a me interessar por História e Geografia. Acabei fazendo Ciências Econômicas, que tinha a ver com a minha aptidão e minha vontade de estudar essas três cadeiras. Acho que o colégio me influenciou bastante.

 

Houve algum fato que ficou bem marcado em sua memória nessa época do colégio?

 

GS: Vários, sempre ligados a alguma coisa engraçada. No terceiro ano, fui desligar um ventilador que havia na sala de aula, que fazia barulho e incomodava bastante, e desliguei a chave elétrica do colégio todo.

 

Você mantém contato com seus colegas do Andrews?

 

GS: Encontro muito com eles. Tenho grandes amigos da vida toda que fiz no colégio. O Pedro Augusto Flexa Ribeiro, meu compadre, padrinho do meu filho mais velho; Ana Tedin, que estudou comigo na primeira série, e me apresentou à prima dela, minha mulher, com quem estou casado há 17 anos. Encontro também o Eduardo Birton, o Antonio Juarez. O meu ciclo de amizades está muito ligado ao colégio.

 

Que faculdade você fez?

 

GS: Fiz Economia na UFRJ.

 

Como foi sua evolução na profissão?

 

GS: Eu achava a faculdade muito teórica. Passei para um estágio e fiquei 15 anos na IBM, onde fiz carreira no Brasil, depois fui para o exterior, entrei na carreira gerencial. Em 2000, fui convidado para ser diretor na Embratel. Agora trabalho numa empresa do grupo Embratel, a Star One, que gerencia os serviços de satélite da Embratel.

 

Voltando ao Andrews, você destacaria alguma coisa na orientação pedagógica ou educacional do colégio?

 

GS: Eu acho que o ecletismo do colégio. Na minha época, a sociedade brasileira tinha hábitos mais fechados. O colégio sempre foi um ambiente diferente, apesar da disciplina. Era permitida a colocação das ideias, o relacionamento com pessoas diferentes. E com uma orientação pedagógica muito boa, não tão voltada para o vestibular como era comum nos outros colégios. A formação que tive me permitiu passar para uma universidade federal, que era a melhor opção que eu tinha naquela época.

 

Atualmente o Andrews está como uma nova Direção e reuniu toda a escola na Visconde de Silva em 2001. Você viu alguma mudança significativa nos rumos do colégio?

 

GS: Não estou mais vivendo o colégio como aluno, agora sou pai de aluno. Percebo que existe uma preocupação da Direção com uma orientação pedagógica mais estudada, mais elaborada; uma coisa mais voltada para estimular o aluno não só para o estudo da matéria, mas a gostar de aprender.

 

Por que você quis matricular seus filhos no colégio?

 

GS: Primeiro, pela boa experiência que tive no colégio, isso foi fundamental. Segundo, por conhecer o Pedro Augusto Flexa Ribeiro, um grande amigo. Eu tinha confiança em entregar meus filhos a uma pessoa que está fazendo a orientação pedagógica do colégio; isso, sem dúvida, me influenciou bastante. Por último, o importante é que meus filhos adoram o colégio. Os três estão, cada um em seu ritmo, cursando muito bem a escola.

 

Quantos e que idade têm seus filhos?

 

GS: São três meninos, um que está na primeira série do segundo grau, tem 15 anos; outro de 13, que está na sétima série do primeiro grau; e um de oito, que está na segunda série.

 

Você sentiu alguma diferença no colégio de sua época para a de seus filhos?

 

GS: Vejo um estímulo para as atividades extracurriculares. Na minha época o colégio tinha Matemática, Física, Química. Hoje vejo uma preocupação com outras atividades.

 

De uns tempos para cá muitas escolas fecharam. O colégio está para fazer 90 anos. O que você acha que o Andrews tem que está resistindo ao tempo? O que mantém o colégio vivo?

 

GS: Acho que a qualidade do ensino. Nesses 90 anos, com altos e baixos, o que o colégio entrega a seus alunos é um serviço de ótima qualidade. Tenho dois cunhados que saíram do colégio, passaram para boas faculdades, estão bem empregados; isso é uma geração entre a minha e a de meus filhos. Eu fui muito bem formado. Vejo hoje que o ensino que está sendo colocado para meus filhos está preparando-os para o vestibular, mas também dando uma formação importante, principalmente humanística.

 

Você quer acrescentar mais alguma coisa?

 

GS: Espero que meu neto, daqui a 90 anos, esteja dando seu depoimento para os 180 anos do colégio. Acho que é um orgulho. Qualquer empresa nesse país durar 90 anos é uma coisa rara. E tudo leva a crer que vai durar muito mais. Estou envaidecido de poder dar meu depoimento e participar dessa história.

 

Muito obrigado pelo seu depoimento.

 


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