Lia Gandelman

Projeto Andrews 90 anos

Entrevista com Lia Gandelman

Rio de Janeiro, 2 de abril de 2008

Entrevistadora Regina Hippolito

 

Lia, vamos começar falando um pouco sobre você. Onde e quando nasceu?

 

LG: Nasci no Rio de Janeiro em 18 de junho de 1953.

 

Quem foram seus pais? Qual a profissão deles?

 

LG: Meu pai, Henrique Gandelman, estudou no Andrews e é advogado, especialista em direito autoral. Minha mãe, Salomé Gandelman, é musicista, professora de música. Meu pai também foi professor de música.

 

Onde você fez seus primeiros estudos?

 

LG: Comecei em uma escolinha experimental (não me lembro o nome). Na época do pré-escolar fui para o Eliezer Stembrik, onde estudei até o quarto ano primário. No Admissão fui para o Andrews.

 

O que você se lembra desses primeiros tempos no Andrews?

 

LG: Entrei em 1964 na Visconde de Silva para cursar o Admissão. A professora era a dona Nilda. Para mim foi muito fascinante ir para o Colégio Andrews. Significou uma libertação. O Eliezer era um colégio fechado, de um grupo de pessoas que se conhecia dentro e fora da escola. Quando fui para o Andrews, eu me senti um ser humano normal, que vai para uma escola onde tem pessoas de diferentes formações, de diferentes famílias, de diferentes procedências. Eu fiquei muito feliz, gostei muito de ir para o Andrews.

 

E de seus professores e colegas, você se lembra?

 

LG: Eu me lembro que fiz muito boas amizades. Fui para o Andrews com a Rosana Glat, minha amiga do Eliezer, e com minha prima, a Ana Blima. Eu fiz  novos amigos, coloquei um uniforme diferente. Até hoje me lembro perfeitamente dessa sensação de liberdade que eu tive, e de felicidade de estar em um lugar onde me sentia muito bem.

 

Como foi a mudança para a Praia de Botafogo?

 

LG: Foi muito legal porque foi a primeira vez que andei sozinha de ônibus. Nós íamos em grupo. Eu achava espetacular. Nos enturmamos com os meninos da escola e quando acabavam as aulas nós íamos comer salgadinho ao lado do cinema Ópera. Às vezes, atravessávamos aquelas pistas todas e íamos até a Praia de Botafogo. Bons tempos.

 

Quais professores do Ginásio ficaram marcados para você?

 

LG: Eu me lembro do Mr. Arditti, professor de Francês. Aprendi a cantar o hino da França com ele. Eu era encantada pelo professor Arthur Sette, de Desenho. A professora de Química do Científico, Maria da Penha, eu adorava. Me lembro do professor Léo, de Matemática, e do Maia.

 

Você cursou o Clássico ou o Científico?

 

LG: Fui para o Científico, quando já me separei de algumas amigas. Depois fui para a área biomédica e cursei até o quarto ano de Medicina na Faculdade Medicina e Cirurgia. Então, me decepcionei com o curso de Medicina e tranquei a matrícula. Como eu trabalhava com música, me transferi para a Escola de Música da UFRJ. Fiz toda a faculdade de Música. Estudei oboé e me formei em 1981, já com um filho. Fiz prova e entrei para a orquestra sinfônica do Teatro Municipal. Fiquei lá 16 anos tocando oboé e trabalhando com produção de música, com grupos de câmara. Depois, pedi demissão e segui outro rumo. Trabalhei com produção de música e áudio visual de cinema, trilha de filme e pós produção de som em cinema. Agora estou me encaminhando para trabalhar com algo que misture o áudio com o visual, com a música, com a produção.

 

Você acha que o Andrews teve alguma influência na sua escolha de fazer vestibular para medicina?

 

LG: Eu gostava muito dos assuntos, tinha bons professores. Gostava das aulas de Biologia e de Química. Quando eu era guria, como filha de músicos, estudei piano e a família toda imaginava que eu seria uma grande pianista. De repente, na adolescência eu ganhei o disco dos Beatles e não quis mais tocar piano, nem ser pianista e resolvi fazer Medicina. Mas depois de um tempo eu voltei a estudar violão, voltei a tocar. Nunca aguentei ficar longe da música. Mas eu gostava muito do assunto da Medicina, acho que eu teria sido uma ótima médica, ou talvez uma pesquisadora.

 

E de algum fato engraçado e curioso da época do Andrews, você se lembra?

 

LG: Eu me lembro que nós fazíamos muita farra na escola. Uma vez, no primeiro ano Científico, o professor Alair, de Matemática, que eu adorava, me repreendeu pela bagunça e disse: “Lia, tchau”. Eu respondi: “por que, o senhor já vai?” Fui expulsa de sala. Aquilo me marcou e eu nunca esqueci. Sempre fui boa aluna, apesar de gostar de conversar muito.

 

Você se lembra da sala 11?

 

LG: Eu me lembro! Era para aonde íamos de castigo. Era uma farra, às vezes nós mesmos provocávamos nossa ida para lá. Era muito bom, eu gostei muito de estudar no Andrews.

 

Qual foi a importância no Andrews na sua vida?

 

LG: Primeiro foi a sensação de libertação que eu tive quando fui para lá. E também de conviver em um ambiente onde as diferenças eram respeitadas. A Mariza Leão, produtora de cinema, é uma amiga do Andrews que mantenho até hoje e quando nos encontramos, rimos muito falando daquela época da escola.

 

Seus irmãos estudaram no Andrews?

 

LG: O Leo estudou no Andrews também, depois que saiu do Eliezer. Ele fez o Ensino Médio. Para mim, o mais importante foi que gostei muito da escola. Apesar de não gostar de estudar, eu me sentia muito bem no Andrews. Eu tenho muito boas lembranças.

 

Quer acrescentar algo?

 

LG: Eu acho bacana porque sempre revejo amigos daquela época, como o Marcio Domiti, advogado, a Fátima Otero, casada com o Álvaro Otero.  Eu sempre me lembro das pessoas de lá com bastante carinho.

 

Muito obrigada pelo seu depoimento.

 

 


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