Paulo Muniz

Projeto Andrews 90 anos

Entrevista com o professor Paulo Muniz

Rio de Janeiro, 27 de agosto de 2007

Entrevistadora Regina Hippolito

 

Onde e quando nasceu?

 

PM: Nasci em Niterói, estado do Rio de Janeiro em 20 de julho de 1930

 

Quem foram seus pais?

 

PM: Osvaldo Ferreira Muniz e Odete Pereira Muniz. Minha mãe era professora e meu pai trabalhava no Ministério do Trabalho.

 

Onde o senhor fez seus primeiros estudos?

 

PM: No Liceu em Niterói, fiz o Ginásio e o segundo grau.

 

Que faculdade o senhor cursou?

 

PM: Matemática. Comecei na Faculdade Nacional de Filosofia e no terceiro ano me transferi para a Universidade do Distrito Federal.

 

Quando o senhor se formou?

 

PM: Em 1955.

 

Quando o senhor foi trabalhar na Fundação Getúlio Vargas em Friburgo?

 

PM: No ano seguinte em que me formei, 1956.

 

O senhor ficou na Fundação Getúlio Vargas de Friburgo até quando?

 

PM: De 1956 a 1977, porque o colégio fechou. Hoje é da UERJ.

 

Qual foi seu primeiro contato com o Colégio Andrews?

 

PM: Quando a FGV de Friburgo fechou, meu irmão era do Conselho Estadual de Educação, amigo do Edgar Flexa Ribeiro. Acho que por isso fui chamado para uma entrevista com o Edgar e o dr. Carlos Flexa Ribeiro. Foi uma entrevista bem informal. No dia seguinte eles me disseram que eu seria contratado.

 

Qual foi o cargo que o senhor foi ocupar no Andrews?

 

PM: Vice-diretor. Eu ficava no turno da manhã e o professor Aluísio ficava no turno da tarde.

 

Fale um pouco do período que o senhor trabalhou lá.

 

PM: Trabalhei lá 16 anos, de 1978 a 1994. O Andrews era uma escola diferente da FGV, fui me adaptando. Senti um apoio grande da Direção, me entrosei bem com os professores e com os alunos. Foi um período ótimo. Senti que aquele lugar era o meu também. O pais de alunos eram exigentes, cobravam muito do colégio, mas felizmente foi um período muito bom.

 

Como era o seu relacionamento com os professores?

 

PM: Eu tinha reuniões muito frequentes com os professores, ou por disciplina, ou por grupos de uma mesma turma. Atendia o que a Direção superior queria, que era saber o que estava havendo, as insatisfações que ocorriam.

Acho que tive um bom relacionamento, tenho muitos amigos.

 

Tem algum fato curioso ou engraçado que o senhor se lembra dessa época?

 

PM: Uma vez estávamos numa reunião de pais com as orientadoras no auditório, de repente começamos a ouvir um coro lá do pátio dizendo: “short, short”. Eram os alunos que estavam querendo ir de short ao colégio porque as moças iam de short e eles não podiam. Resolvi descer, estava todo mundo sentado no chão. Quando eles gritaram, eu comecei a reger e eles começaram a rir; de repente, eu fiz um gesto com a mão de parar o coro, e eles pararam e foram para as aulas. Quando eu subi as orientadoras perguntaram: “como você conseguiu?” Eu respondi: “não sei, é um milagre”.

 

O senhor identifica fases diferentes no colégio no período que o senhor trabalhou lá?

 

PM: Na hora em que eu saí, o colégio estava sendo muito mudado. Eu não me senti muito bem no meio daquelas mudanças e falei francamente com o Edgar. Ele me disse: “você tem sempre lugar aqui”. Eu respondi: “foi uma decisão que tomei, não quero sair brigado”.

 

O senhor mantinha contato com a Visconde de Silva?

 

PM: Pouco. Havia uma coisa que eu não gostava muito, era o fato de que o terceiro ano funcionava na Visconde de Silva, então ficava meio isolado.

 

O senhor acha que eram dois colégios diferentes?

 

PM: O terceiro ano era bem diferente, não se entrosava com o primeiro e o segundo ano. Os professores eram quase todos diferentes, um ou outro trabalhava nas primeiras séries.

 

De uns tempos para cá muitas escolas fecharam. O que o senhor acha que o Andrews tem que resistiu ao tempo e vai fazer 90 anos em 2008?

 

PM: A seriedade. É um ambiente muito sério, não facilita nada para ninguém. Dá oportunidade, mas mantém a qualidade.

 

Qual foi a importância do Andrews na sua vida?

 

PM: Ali eu desenvolvi uma boa parte da minha carreira, fiz amigos, gostava do que fazia, gostava do padrão de qualidade que o Andrews mantinha, do corpo docente.

 

O senhor ainda mantém contato com as pessoas que foram de lá?

 

PM: O ano passado um grupo de professores que tinha sido do Andrews me prestou uma homenagem. Eu ainda mantenho contato, a maioria por telefone.

 

Depois que o senhor saiu do Andrews, o senhor foi para onde?

 

PM: Eu já trabalhava na Santa Úrsula desde 1979. Trabalhava no Andrews de manhã, na Santa Úrsula à tarde e à noite na Facen (Faculdade do Centro Educacional de Niterói). Então, quando saí fiquei só na Santa Úrsula, tinha uma boa carga horária lá. Eu me aposentei em março desse ano, 2007.

 

O senhor gostaria de acrescentar alguma coisa?

 

PM: O Andrews foi um lugar onde vivi feliz. Tentei de todas as maneiras dar a melhor das colaborações, reservado como sou.

 

Muito obrigada pelo seu depoimento.

 

 


« voltar

COLÉGIO ANDREWS

(21) 2266-8010

Endereço:
Rua Visconde de Silva, 161
Humaitá CEP 22271-043
Rio de Janeiro - RJ

Colégio Andrews
Todos os Direitos Reservados
@ 2017