Renato Paiva de Paula Ribeiro

ENTREVISTA COM RENATO PAIVA DE PAULA RIBEIRO

EX-ALUNO E PAI DO ALUNO PEDRO STEINHAUSER DE PAULA RIBEIRO

História no Andrews

Cursei a 6ª série em 1984. Passei apenas um ano no Andrews, mas foi um ano bastante intenso e marcante. No pouco tempo que passei no colégio, criei várias referências, tanto de amigos quanto da minha formação.

Fui para o Andrews porque meus pais receberam indicações de amigos. A minha intenção era continuar lá, mas meu pai se aposentou a família se mudou para Campo Grande (MS), em busca de uma vida um pouco diferente. 

Contato com colegas

Eu e a Anna Paola, minha mulher, éramos melhores amigos no ano que estudei no Andrews, mas só ficamos juntos quando me mudei de volta para o Rio de Janeiro, e nos reencontramos por acaso. Tenho contato com muitos colegas da minha mulher, que passou mais tempo no colégio, e, por isso, conseguiu construir relações com mais intensidade.

Por que matriculou o filho no Andrews

Estávamos buscando um equilíbrio entre consistência e conteúdo, entre uma formação escolar tradicional e a nossa filosofia de vida. Para nós, o colégio pode influenciar e reforçar os valores que acreditamos ser importantes para a formação de uma pessoa. Além do conteúdo em si, é importante construir uma visão de mundo que prevê liberdade com autonomia, ensinando a pessoa construir a sua responsabilidade. Isso tem a ver com aceitação de diferenças também.

Começamos, então, a traçar perfis de instituições de ensino com essa base, começando pela qualidade de ensino. Fomos a reuniões de apresentação de outras escolas, conversamos com amigos que são pais de alunos do Andrews e de outros colégios, nos informamos. Por mais que tivéssemos uma história com o Andrews (além de sermos ex-alunos, minha sogra foi professora), por mais que tivéssemos referências, na hora de decidir fizemos uma pesquisa ampla, e decidimos pelo Andrews pela aderência em relação ao que acreditamos ser preciso para a formação de uma criança, dentro daquilo que a escola pode oferecer. 

Importância do Andrews

Eu saí de um ambiente autoritário para um ambiente como o do Andrews, em que havia um equilíbrio entre a exigência que se faz ao aluno e a liberdade de opinião e de pensamento, o que condizia mais com a minha realidade fora do colégio. Meu colégio anterior era mais repressivo, limitava muito o comportamento dos alunos. Já no Andrews, você mantinha uma ideia de organização, de compromisso, sem necessariamente ter aquele rigor "bitolado", ou seja, eu senti pela primeira vez, ali, um ambiente de estudo onde eu fazia tudo o que era importante fazer, ao mesmo tempo eu me sentia mais à vontade, dependendo mais das minhas ações, um lugar que me dava mais liberdade, ou seja, eu pude amadurecer mais, porque eu me senti tratado com respeito, mesmo sendo uma criança ainda. No Andrews você encontra respeito à pessoa, criança tem opinião, e você considerar isso dentro do processo de estudo, de educação, na verdade ajuda a pessoa a amadurecer é melhor do que dar o pacote pronto e ficar exigindo um caminho rígido. Eu senti essa experiência na prática. É diferente você como pai e como aluno. Como pai eu posso pensar sobre o assunto, mas como aluno, eu sentindo isso no meu desenvolvimento pessoal e na minha visão de mundo, eu senti uma diferença muito grande em alguns aspectos humanos eu me desenvolvi de uma maneira muito mais rápida nesse ambiente, que eu achava mais propício para soltar mais esses outros aspectos que transcendem o conteúdo. 

Andrews pensa diferente / faz diferença

Quando ele fala que pensa diferente, é porque em primeiro lugar ele aceita conviver com a diferença, ou seja, com perfis de pessoas diferentes, isso sem abrir mão daquela consistência na formação. É o  equilíbrio e a abertura que  que dão o tempero onde você consegue fazer com que essa proposta faça sentido na prática. 

Características que fizeram o colégio chegar aos 100 anos

 Primeiro o corpo docente, posso citar de imediato, porque é quem na prática vai botar isso no cotidiano dos alunos. Essa filosofia só é viabilizada quando o corpo docente compra essa ideia e partilha dessa filosofia. E no dia a dia você vai praticando isso. Não sei como é que isso se dá internamente, não tenho conhecimento dos bastidores. Eu avalio o "palco", a parte final, então o corpo docente alinhado com essa filosofia é que dá a consistência no cotidiano dos alunos.

Você tem também uma cabeça que é antenada com o mundo, ou seja, as coisas são dinâmicas. Por mais que você tenha lá um conteúdo programático, o fato de você estar aberto, antenado, atualizado, ainda mais hoje em dia, que a quantidade de informação, a rapidez de mudança da vida que a gente leva, quando você tem uma instituição que está atenta a essas atualizações, a essas novidades, a esses caminhos novos que a sociedade vai encontrando para si, você consegue acompanhar, você consegue um download constante dessa atualização do que ocorre fora do colégio. Então essa maneira antenada com o mundo ajuda a construir esse caminho, e ajuda você a encaixar melhor. Faz mais sentido aquilo que você está vivenciando dentro do colégio para aquilo que você enxerga na vida fora do colégio. Então, essas duas coisas: é a estrutura do corpo docente e o compromisso, o perfil, e também essa atenção ao que tem acontecido na sociedade como um todo e vai também ajudar a construir esses caminhos.

 

 

Andrews do amanhã

Eu espero uma radicalização nesses compromissos, tanto de aceitação da diversidade quanto de acompanhar o que está acontecendo de novo lá fora. Se você conseguiu isso até hoje assim, e de repente você baixa um pouquinho a guarda, é fácil perder o bonde da história. Então eu acho que ainda é preciso construir alguns caminhos que podem ser amadurecidos dentro do perfil de ensino. Aprofundar sempre a relação com as Artes, com o empreendedorismo. Alguns aspectos que precisam encaixar de maneira profunda, intensa, para que, no futuro, você tenha certeza que esse é o perfil. É uma reafirmação do caminho. Não é uma mudança de rumo, pelo menos da maneira que eu vejo a necessidade de você construir o futuro, mas sim uma reafirmação daquele posicionamento que você escolheu, aprofundando esses entendimentos.

Lembranças marcantes

Eu posso citar alguns momentos com a turma que convivi, fora do momento da aula. Havia uma sintonia entre o grupo de alunos, seja em uma festa, no passeio, que foi organizado pelo colégio. Havia entrosamento da turma. Não tinha as turminhas dentro da turma, o grupinho x, grupinho y, existia uma sintonia muito grande entre todo mundo ali. Uma cumplicidade. O que me marcou nesse período também foram os encontros intensos e prazerosos e que marcaram minha passagem por lá. 

Há poucos dias, eu senti completamente pertencente àquele ambiente. Eu tenho essa lembrança, essa sensação. Porque quando você está nessa idade, você muda de colégio, você chega tateando, no escuro, você chega tentando entender o que está acontecendo, mas eu lembro da sensação de em poucos dias me sentir em casa, naturalmente. Quer dizer, isso foi muito bom, dava segurança. 

 


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