Ester Torres

Projeto Andrews 90 anos

Entrevista com Ester Torres

Rio de Janeiro, 2 de julho de 2007

Entrevistadora Regina Hippolito

 

Onde e quando nasceu?

 

ET: Nasci na cidade do Rio de Janeiro, na Clínica São Bento, em 17 de setembro de 1951.

 

Quem foram seus pais?

 

ET: Carlos Fernandes e Aurora de Souza Fernandes. Ela era portuguesa, vinda para o Brasil com três anos.

 

Como foram os seus primeiros estudos?

 

ET: Estudei na escola do Jóquei Clube Brasileiro porque meu pai tinha conhecimento com o presidente de lá. Eu tinha o estudo gratuito e ainda ganhava o uniforme, além de um ensino de alta qualidade. Depois fui fazer a Admissão no Curso Cláudio Monteiro, que funcionava na rua Voluntários da Pátria. Na época em que fiz os concursos para os colégios tinha racionamento, eu tinha que estudar à noitinha com luz de lampião. Os concursos eram verdadeiros vestibulares. Eu fui classificada para o Pedro Álvares Cabral e para o Pedro II. Fiz todo o curso no Pedro II até a segunda série. Na terceira série, eu fiz convênio com o Brasil América, Curso Miguel Couto.

 

Você fez Científico?

 

ET: Fiz e passei no vestibular de biologia, porque no de medicina fiquei como excedente. Resolvi fazer biologia e no final do ano prestar novo vestibular para medicina. Mas gostei tanto de biologia que acabei ficando.

 

Que universidade você cursou?

 

ET: A UFRJ.

 

Em que período?

 

ET: De 1971 a 1974. Entrei no Andrews em 1975, foi meu primeiro emprego. Tenho muito carinho pelo colégio.

 

Antes do Andrews você já tinha trabalhado?

ET: Eu dava curso de supletivo, mas ainda estava na faculdade. Eu me formei em 13 de dezembro de 1974, e no dia 29 de novembro de 1974 eu fui contatada pelo Colégio Andrews.

 

Quem foi seu primeiro contato no Andrews?

 

ET: Fui indicada pela Penha Silveira, que estudava comigo na faculdade e era esposa do coordenador de biologia, Carlos Otávio. Fui conversar com o Edgar, fiquei encantada. Ele abriu as portas para alguém que estava entrando no mercado de trabalho, isso não vou esquecer nunca. Quando eu saí do colégio em março de 2000, eu deixei um bilhete para ele dizendo que eu esperava que meu filho tivesse na vida a oportunidade que ele gerou para mim e outras pessoas, ele acreditou nos jovens, e certamente eu acho que não tinha decepcionado porque tinha ficado 25 anos na escola.

 

Quais turmas você pegou no Andrews no início?

 

ET: Eu já entrei direto para o Ensino Médio, a responsabilidade era grande. A diferença de idade, naquela época, minha para os alunos não era tão grande. Depois com essa reforma em que acabou a Admissão, os alunos foram chegando mais novos.

 

Você pegou os três anos do Ensino Médio?

 

ET: Não, só a primeira série. Quando eu entrei no colégio, o Andrews tinha 11 turmas de primeira série, eu peguei quatro turmas.

 

Fale um pouco como foi seu relacionamento com seus colegas.

 

ET: Foi ótimo, o Colégio Andrews, para mim, é uma marca. De todas as escolas em que trabalhei, a que mais me sentia como se fosse a minha casa foi o Andrews, porque ali para mim foi tudo. O ambiente de trabalho era excelente, os colegas muito amigos, consideravam você como profissional. A Penha Jacobina, para mim, é uma referência muito grande. E outros, o professor Loureiro, a professora Evelyn, os professores de Física que não estão mais lá. Eles foram muito amigos, me apoiaram muito. Eu conheço o Colégio Andrews na palma de minha mão. Eu vesti a camisa mesmo. O colégio era a extensão da minha casa.

 

E dos alunos, quem você se lembra?

 

ET: lembro do Mariozinho, que está casado com a Eva Monteiro de Carvalho. Lembro do Pedro, que mora do meu lado, esse era mais recente. Eu sempre tive a propriedade de me aproximar dos alunos mais difíceis e acabo revertendo a situação, eles acabavam virando meus aliados.

 

Você deu aula de 1975 a 2000, e depois?

 

ET: Depois de 2000, eu me aposentei e tive propostas para trabalhar em outros lugares. Não que eu não gostasse mais do Andrews, acho que existe um momento que você deve experimentar coisas novas, foi me oferecida a coordenação de uma escola pequena, de padres, chamada Colégio São Domingos, onde eu fiz um trabalho legal. Em 2003, veio a proposta para eu trabalhar na escola alemã Corcovado. Eu já estava com uma carga horária mais flexível, porque o Colégio São Domingos fechou no Rio e só ficou em Belo Horizonte. Estou na Escola Corcovado, e no Colégio Santo Inácio eu estou desde 1982.

 

Você ficou na coordenação do Andrews em que período?

 

ET: Fiquei sete anos, de 1993 a 2000.

 

Você pegou diferentes direções no Andrews?

 

ET: Peguei o doutor Carlos, logo em seguida o Edgar Flexa, que estava dando continuidade. Dr. Carlos se afastou por conta das eleições. Tinha um vice-diretor, o professor Paulo Diniz, uma pessoa boníssima, equilibrada, que dava muito apoio aos professores e chamava a realidade quando era preciso. Peguei também o professor Oscar, o professor Motta Paes. E por último, peguei o Pedro Augusto assumindo, junto com a Ana Carolina, essa nova fase do colégio.

 

De uns tempos para cá muitas escolas fecharam, o que você acha que o Andrews tem que resistiu ao tempo e vai fazer 90 anos em 2008?

 

ET: Tem tradição. O Andrews ainda vive um pouco daquilo que ele construiu anos atrás.

 

Qual foi a importância do Andrews na sua vida?

 

ET: Toda. Se sou a profissional que sou, agradeço ao Colégio Andrews. O Andrews era a minha segunda casa. Eu tinha e ainda tenho muito amor pelo Andrews. Qualquer pessoa que me pede indicação de colégio, eu indico o Andrews.

 

Quer acrescentar alguma coisa?

 

ET: Gostei muito de ter trabalhado no Andrews, foi uma experiência belíssima. O Andrews me abriu as portas profissionalmente, e continua me abrindo. Dizer que trabalhava no Andrews é um cartão de visita.

 

Ester, muito obrigada pelo seu depoimento.

 


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