Lisiane Bacelar Almeida

Memória Andrews 100 anos

Lisiane Bacelar Almeida- Professora/Coordenadora de Arte desde 2014

 

  A arte sempre esteve presente na minha vida. Atuei por dez anos como artista plástica e depois resolvi fazer a licenciatura. Minha chegada no Andrews foi um desafio. Estavam implementando a História da Arte, com algumas mudanças no setor, e eu comecei a dar aulas de História da Arte para o 9º ano. História da Arte serve para renovar o olhar, para descortinar o véu. Às vezes nós olhamos e não vemos. É diferente de vivenciar o fazer. Então buscamos um equilíbrio entre a teoria e a prática, eles vêm para a sala de Artes fazer trabalhos relacionados à História da Arte.

  A professora Cláudia Marçal me ambientou em relação ao histórico do Andrews com a Arte, que tem uma identidade muito forte.  Coordenar é um grande desafio. Não se trata apenas de coordenar os professores, eu coordeno todo o setor de Artes, então tenho que ficar atenta aos murais, ao planejamento, a uma verticalização do ensino, para haver uma continuidade, desde o 1º ano até o Ensino Médio.

  A forma como trabalhamos a Arte está em sintonia com o projeto do Andrews, com as questões de autoria, de autonomia, do olhar para o outro, de estar atento ao seu entorno. Em Arte trabalhamos com essas quebras de paradigma quando trabalhamos as questões da diversidade, da alteridade. O olhar crítico da Arte ajuda a reinterpretar o mundo e a criar novas significações. 

  A Arte causa questionamentos, causa até constrangimentos, e quando saímos de nossa zona de conforto começamos a nos movimentar e a pensar. A Arte ajuda no sentido de levantar mais questões do que respostas. Porque quando começamos a ter as questões, temos que sair da inércia para ir em busca das respostas. 

  No trabalho com autoria, por exemplo, damos propostas – geralmente propostas que fazem com que os alunos saiam da zona de conforto. Eles têm que procurar responder, e nessa procura estão exercitando autoria, autonomia. Damos muita autonomia para eles. No 8º ano, trabalhamos com a linguagem pessoal de cada aluno. Eles mergulham no contexto histórico de uma obra, ou de um determinado artista, e partir disso vão trilhando o caminho deles, sem a minha interferência. Vão fazendo descobertas. O projeto do Andrews procura desenvolver a autodescoberta, o autoconhecimento. São questões intrínsecas à arte. Em arte sua produção é subjetiva, você está derramando nela muito do que é seu. Isso faz com que os alunos às vezes entrem em questionamentos, busquem outras formas de se manifestar. Indicamos alguns caminhos, mas eles optam pelo caminho que irão percorrer. 

  Sabe a música do Lenine: "a alma pede um pouco mais de calma"? Acho que eles estão precisando disso. Momentos de parar e respirar. Porque eles vivem nessas ondas imagéticas e sensoriais sem fim, por conta da tecnologia, que é sensacional, mas ao mesmo estamos perdendo a capacidade de reflexão. É preciso encontrar um equilíbrio entre a velocidade em que eles vivem, em que tudo é imediato, sucinto, rápido, e a necessidade de "pisar no freio". Tento fazer isso com a arte, na leitura de imagens, na contemplação, na fruição. Claro que nem todo objeto artístico tem um significado, mas podemos parar para contemplar, por um minuto que seja. Quando visitamos museus, converso sobre isso com eles. Um minuto que os alunos parem diante de uma obra é um minuto em que eles veem essa obra, e aí vêm as conexões, os resgates de outras experiências. 

  Espero que o Andrews mantenha sua essência, o pensamento voltado para a formação de um ser humano pensante, ético, e que traga a tecnologia, o novo, as melhorias, que nos apropriemos delas mantendo nossa essência.

 

 


« voltar

COLÉGIO ANDREWS

(21) 2266-8010

Endereço:
Rua Visconde de Silva, 161
Humaitá CEP 22271-043
Rio de Janeiro - RJ

Colégio Andrews
Todos os Direitos Reservados
@ 2017