Merval Pereira

Projeto Andrews 90 anos

Entrevista com Merval Pereira

Rio de Janeiro, 4 de março de 2008

Entrevistadora Regina Hippolito

 

Quando e onde você nasceu?

 

MP: Nasci no Rio de Janeiro em 1949.

 

Quem foram seus pais?

 

MP: Merval Soares Alves Pereira, médico e Maria Helena Cardoso Soares Pereira, dona de casa. Os dois eram do Maranhão e, por coincidência, se conheceram aqui no Rio. Meu avô materno, Clodomir Cardoso, era político, foi senador e governador do Maranhão.

 

Onde você fez seus primeiros estudos?

 

MP: Estudei no colégio Coração Eucarístico. Fiz todo o primário e o ginásio no Colégio São Vicente de Paula. Fui da turma inaugural. Depois fui para o Andrews fazer o curso Clássico.

 

Em que ano você entrou no Colégio Andrews?

 

MP: Acho em 1964 ou 65.

 

Quais os professores do clássico que ficaram marcados para você?

 

MP: Eu me lembro muito da madame Jacobina. Eu tenho uma história engraçada com ela. No final do primeiro ano Clássico fiquei em segunda época em três matérias e só podia ficar em duas. Em Francês fiquei por meio ponto. Era mais fácil de negociar. Fui falar com a madame Jacobina, contei meu problema, apelando para a nossa amizade. Ela respondeu: “nossa amizade não vale meio ponto”. Tive que sair do Andrews e fazer o segundo ano Clássico no Anglo-Americano. E voltei no terceiro Clássico.

 

Quem mais você se lembra?

 

MP: Do professor Antônio Carlos, de História. Do Moraes, de Português. E de um professor de desenho que não me lembro o nome. Me lembro do teatro do Andrews. Eu nunca fiz teatro, mas era uma atividade da qual todos gostavam e se orgulhavam. Não existia outro grupo semelhante. Era algo que chamava a atenção.

 

E de seus colegas, quem você se lembra?

 

MP: Gilberto Santeiro, que não vejo há muito tempo, mas ele já era cineasta, fazia sucesso com as meninas, tinha fama de intelectual. Tasso Jereissati, Luís Leonardo Cantidiano, Maria Clara Pelegrino, Violeta, cujo apelido era Dodô, considerada a menina mais bonita do colégio, Virgílio Távora, que hoje é diplomata.

 

Você ainda mantém contato com esses colegas?

 

MP: O Luís Leonardo é meu amigo até hoje. O Tasso eu mantenho contato até mesmo por causa do trabalho. O Sérgio Moreira Lima, que hoje é embaixador. E a Maria Clara.

 

Você voltou no terceiro ano e fez vestibular para que?

 

MP: Para Direito. O Andrews tinha um convênio com o curso pré-vestibular Ivan Alves, que era um grande professor. Passei no vestibular para a UEG e fiz o primeiro ano em 1968. Parei porque na época eu já fazia estágio em jornal (primeiro no diário de Notícias e depois no Globo) e saiu uma lei que permitia a quem já estava trabalhando se registrar como jornalista profissional, não precisava ter diploma. Me registrei e como já tinha decidido ser jornalista parei com a faculdade de Direito.

 

Você acha que o Andrews teve alguma influência na sua escolha de profissão?

 

MP: Não acho que o Colégio teve influência. Eu já pensava em fazer Direito ou outro curso ligado a humanas. Fui para o Andrews porque era considerado o melhor Clássico, que era o que eu queria fazer.

 

De uns tempos para cá muitos colégios fecharam, o que você acha que o Andrews tem que está resistindo ao tempo e vai fazer 90 anos em outubro de 2008?

 

MP: O que eu guardo Andrews da época em que eu estudei e acho que ainda mantém é que era o colégio de um educador. Nossas famílias sabiam que o Flexa Ribeiro era respeitado. Hoje não é um colégio cuja marca seja comercial. A maneira de se encarar a educação se reflete no ambiente do colégio. Essa raiz é fundamental.

 

Qual foi a importância do Colégio Andrews em sua vida?

 

MP: Foram anos muito bons. Tanto que eu quis voltar para fazer o terceiro Clássico. Fiz boas amizades. Os alunos eram mais ou menos do mesmo grupo e acabavam se cruzando pela vida. Até hoje me lembro com saudades daquele tempo. O fato de ter um grupo de teatro mostrava estímulo a esse lado artístico. Era um ambiente que estimulava essa visão humanista da vida. Dá um prazer enorme relembrar. Na verdade, foram três anos, porque quando estive no Anglo-Americano continuei a me relacionar com o pessoal do Andrews. Meus amigos continuavam lá. Foi só uma passagem.

 

Muito obrigada pelo seu depoimento.

 


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