Fazer das perdas possibilidades de vida

O ano de 2020 impôs à humanidade o desafio de se repensar e de se reinventar. Desde então, as concepções de normalidade, presença e temporalidade estão sendo revistas. Mais do que adotar novas rotinas, foi necessário conceber novos lugares (Tema de 2020: “Como construímoso(s) nosso(s) lugar(es)”), novos sentidos e novas possibilidades.

Até 2019, apesar de acelerado, o mundo ainda era relativamente previsível. Mas, de repente, deu-se uma ruptura. A pandemia trouxe ameaças concretas: inúmeras perdas de diferentes naturezas, comoções coletivas e uma desconfiguração global da realidade.

Como lidar com o que está imposto? Como estar em espaços sem poder habitá-los? Como prosseguir depois de tantas perdas repentinas? Esses e outros questionamentos passaram a ser diários. Inseguranças e medos se tornam sentimentos primários. A impossibilidade de retomar o antigo normal se prolonga e tende a dissipar esperanças. Uma longa provisoriedade dificulta qualquer planejamento. Diante disso, quais são as possibilidades de reagir e de cuidarmos de nós mesmos e uns dos outros (Tema de 2013: “Cuidar-se para poder cuidar”)? Como transformar todas essas perdas em algo fortalecedor para continuar caminhando com esperança (Tema de 2017: “Saber esperar”)?

Estas e muitas outras reflexões conduziram ao Tema de 2021– “Fazer das perdas possibilidadesde Vida” –, que o Jornal do Andrews divulga agora, às vésperas de completar um ano de pandemia.

É próprio dos temas de cada ano não terem os alunos como destinatários exclusivos. Eles atravessam, mobilizam e convocam toda a comunidade educativa: famílias, professores, equipe, colaboradores e a própria instituição. Assuntos como perdas, doenças, morte e luto desde sempre foram cercados por tabus e constrangimentos. Abordá-los é sempre muito delicado. Mais ainda com crianças, em uma escola. O fato de o Andrews acolher um público tão heterogêneo e de ter o seu Projeto Educativo estruturado por uma perspectiva laica torna esse desafio ainda mais delicado.

Entretanto, o Colégio não vê sentido em desviar desse assunto. Os pressupostos em que seu Projeto se apoia e a concepção de Ser Humano, bem como os princípios que devem nortear sua formação, autorizam e reafirmam as pautas do luto, da dor, do medo e das perdas. O Andrews acredita que abrir espaço para se falar disso é a melhor forma de elaborar e fortalecer não só os alunos, mas toda a comunidade escolar. É necessário confrontar com as ambivalências da vida, acessar lugares internos desconhecidos, refletir sobre esses temas e ressignificá-los a partir de novos repertórios.

O Andrews acredita que o Tema de 2021 contribuirá para a busca do fortalecimento, da resiliência e da superação individual e coletiva. Em conjunto, será possível investigar novos caminhos de saber, de existir e de cuidar. Sobre tudo em relação aos alunos, é propósito do Colégio acolhê-los e oferecer-lhes suporte e ambiente no qual possam desenvolver novas leituras de mundo e construir perspectivas de um futuro de esperança.

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