Arminda Botelho Martinho Mattos

Projeto Andrews 90 anos

Entrevista com Arminda Botelho Martinho Mattos

Rio de Janeiro, 10 de setembro de 2007

Entrevistadora Regina Hippolito

 

Arminda, vamos começar falando um pouco sobre a sua vida. Onde e quando você nasceu?

 

AMM: Nasci no Rio de Janeiro.

 

Quem foram seus pais?

 

AMM: Meu pai era português. Minha mãe nasceu no Rio de Janeiro, mas conheceu meu pai lá, e se casaram aqui no Rio.

 

Onde você fez seus primeiros estudos?

 

AMM: Fiz o primeiro jardim no Conselheiro Mayrink, que fica Praça da República, depois fui para o Instituto de Educação. Fiz lá o Jardim de Infância e o Primário. Sai para fazer a Admissão, entrei de novo para o Instituto e me formei em 1957. Quando saí do Instituto, fiz quatro anos no IBA – Instituto de Belas Artes, que funcionava na Praia Vermelha. Fui trabalhar na zona rural, em Campo Grande, e depois vim para a Joaquim Nabuco, que era ao lado da casa do doutor Carlos. Fui trabalhar no Instituto de Nutrição do município e voltei para a zona rural, onde trabalhei como supervisora e me aposentei.

 

Como foi seu primeiro contato com o Colégio Andrews?

 

AMM: Nesse meio tempo, eu estava precisando trabalhar em outra coisa. Como minha mãe estava viúva, eu precisava comprar um apartamento para ela e precisava de outro emprego. Então, me indicaram o Andrews. Fui fazer uma entrevista com o Edgar Azevedo e na mesma hora ele me contratou. Isso foi em 1971.

 

Você foi contratada para dar aula em que série?

 

AMM: Comecei com a quarta série primária. Foi a turma do Roberto Frejat. Depois passei para a segunda série, onde fiquei bastante tempo. Quando o Andrews começou a terceira e quarta séries com professores diferentes, um de Português e Estudos Sociais e outro de Matemática e Ciências, passei a dar Português e Estudos Sociais.

 

Como era o relacionamento com seus colegas no Andrews?

 

AMM: Muito bom. Quando cheguei ao Andrews na Visconde Silva, o colégio era só a parte da frente, onde hoje em dia é a secretaria. Era muito pequeno, todo mundo era muito amigo. A Magda, que foi professora de lá, foi minha madrinha de casamento. Eu fui madrinha da filha da Fátima, outra professora. Era um grupo muito unido porque era pequeno, trabalhava todo mundo junto.

 

Você ficou lá até quando?

 

AMM: Fiquei até o ano 2000. Foram 29 anos e 11 meses.

 

Você pegou algumas direções no colégio, sentiu alguma diferença entre elas?

 

AMM: Não, eu me dava bem com todo mundo. Primeiro foi o Edgar Azevedo, com a Maria Alice Simonsen na coordenação. Aos poucos foi mudando, porque o Andrews começou a crescer. Foi feita aquela parte nova. Mas eu não vi muita diferença.

 

Você achava que eram dois colégios diferentes, a Praia de Botafogo e a Visconde de Silva?

 

AMM: Sim, porque conhecíamos poucos professores da Praia, não tínhamos acesso a eles.

 

Você destacaria algum elemento na orientação pedagógica do Andrews?

 

AMM: A Adélia Carregal, que trabalhou muito tempo como nossa supervisora. Depois trabalhei com a Edith, que era nossa coordenadora direta. Tinha também a Lindita.

 

Você achava que tinha liberdade de trabalho para montar seu curso?

 

AMM: Houve uma época que só a Lindita tinha 18 turmas de terceira e quarta séries. Então, era muita gente para ela coordenar, tinha que ter um esqueleto para funcionar. Nós tínhamos liberdade dentro de sala para trabalhar. Se houvesse problemas, havia reuniões pedagógicas.

 

E dos seus alunos, o que você se lembra?

 

AMM: Lembro de muitos alunos, inclusive filhos de professores e amigos que vejo até hoje. Tive alunos que hoje são artistas, advogados, médicos. Muitas vezes eu não me lembro do nome, mas sim do rosto. Uma época, minha mãe tinha quebrado o braço e nós fomos ao Hospital Miguel Couto, perguntei ao rapaz que estava nos atendendo: “você não foi meu aluno no Andrews?” Ele respondeu: “é mesmo”.  

E você se lembra de algum fato engraçado ou curioso do colégio?

 

AMM: Nos divertíamos muito, foi uma época boa. Uma coisa que acho muito engraçada é quando encontro com ex-alunos e eles falam: “tia Arminda, você não mudou nada”. E minha filha diz: “mamãe, você já nasceu com cara de velha, porque você não mudou nada até hoje”.

 

Você ainda mantém contato com seus colegas do Andrews?

 

AMM: De vez em quando telefono para a Edith. No casamento da minha filha, há três meses, foram a Adélia, a Gilda, a Bia, a Eliane Escal, a Vera Lúcia, a Magda. Nós éramos muito unidas, fazíamos uma família mesmo.

 

De uns tempos para cá muitas escolas fecharam. O que você acha que o Andrews tem que está resistindo ao tempo e vai fazer 90 anos em 2008?

 

AMM: Primeiro que é um colégio de tradição. Eu dei aula para filhos de pessoas que já tinham sido alunos. Cheguei a dar aula para filhos de alunos que haviam sido meus. Foi um colégio muito conhecido, muito famoso. Tinha um grupo de alunos muito bons. Era uma elite.

 

Qual foi a importância do Colégio Andrews na sua vida?

 

AMM: Foi muito importante. Fiz muitas amizades, trabalhei em um ambiente muito bom, gostava de dar aula. Sinto falta. Conheci muitas pessoas interessantes, me aprimorei como pessoa e como profissional.

 

Muito obrigada, Arminda, pelo seu depoimento.

 

 


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