Carlos Teixeira

MEMÓRIA ANDREWS 100 ANOS

ENTREVISTA COM CARLOS TEIXEIRA

FILHO DE ANÍSIO TEIXEIRA, EX-ALUNO, TIO-AVÔ DOS ALUNOS RODRIGO E ANA LETÍCIA PEREIRA DA GAMA LIMA


Trajetória no Andrews

Cursei o 3º e 4º ano do ginásio e os três anos do científico, totalizando cinco anos.

Contato com ex-colegas

Perdi completamente o contato com os colegas, porque, embora ainda morasse no Rio de Janeiro, fui cursar Medicina, e com isso já houve uma separação, na minha turma só eu escolhi este curso.  Depois me mudei para São Paulo e para a Bahia. Minhas lembranças são muito vagas, até porque não há registros fotográficos, não havia a prática de fotografar as turmas, por ano. 

Lembro-me das instalações do colégio. O 3º e o 4º ano do ginásio eram no prédio central da escola, o prédio antigo, e no lugar onde fica aquela construção, no fundo, era uma área de lazer. Lembro também de alguns professores: a Ana Júlia, de História e o Aluísio, de Educação Física. Tenho poucas lembranças da época, estou falando de 1955 a 1959.  O Ramalho, de Matemática, era uma figura bem marcante. Apresentava-se sempre muito bem vestido e era um grande fumante. Passava a aula acendendo um cigarro atrás do outro. 

Eu ia de bonde para o colégio, porque morava na Senador Vergueiro, no Flamengo. Na época nós andávamos muito pelas redondezas, com colegas de outras escolas da Praia de Botafogo. Íamos à Sears e ao Clube Sírio e Libanês – embora eu não fosse nem sírio nem libanês – porque tinha uma boa área de esportes. 

Por que o pai, Anísio Teixeira, o matriculou no Andrews

Meu pai tinha já conhecimento do colégio. Quando saímos da Bahia, estudei os dois primeiros anos no Rio em outro colégio na Praia de Botafogo, e depois fui para o Andrews. Minhas irmãs foram para outro colégio, no Flamengo.

Meu pai lutava por uma escola pública integral, universal, gratuita e laica. Embora ele tivesse uma formação de jesuíta, não gostava de colégios religiosos e atendia mais a um modelo americano de pedagogia.

Importância do Andrews na sua vida

O Andrews é uma referência de escola autônoma, fora desse padrão de rigores religiosos. Era uma escola onde nos sentíamos livres na relação com os professores. Existia autoridade, mas exercida de uma forma natural, espontânea. Tive colegas que saíram do ginásio e foram para a Escola Naval, por exemplo, então foi uma escola com uma estrutura de ensino muito boa. 

Andrews pensa diferente / faz diferença

Na época, o colégio se distinguia. Ele fazia parte de uma linha de formação bem aberta, era uma referência, junto com as escolas católicas, o Colégio Militar e o Pedro II.

O que fez o Andrews chegar aos 100 anos

Acho que o Andrews se manteve antenado com a realidade, sem criar uma estrutura fechada, que só viabilizasse sair com essa ou aquela ideologia. No Andrews havia desde o filho do Carlos Lacerda a militantes comunistas, como eu fui posteriormente, na universidade. Era uma escola que não tinha uma atitude discriminadora, dava muita liberdade ao aluno. 

Lembranças e fatos marcantes

Não seria capaz de me lembrar nada que se distinguisse, apenas aquelas coisas comuns do andamento do curso: provas que despertavam mais ou menos ansiedade, professores que eram mais ou menos exigentes. Com certeza há colegas que continuaram tendo a convivência de grupo.  Eu fiz o curso científico, em uma turma com cerca de 30 alunos. Era um grupo que tinha vida social, nós fazíamos encontros fora da escola, havia uma programação social intensa. 

 


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